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Produtividade baixa é sintoma de um país pouco competitivo

  • paulo4508
  • 27 de mar.
  • 3 min de leitura

Arnaldo Jardim

Júlio Lopes

O desenvolvimento econômico e a competitividade de um país são medidos com base em uma sequência de fatores. Com certeza, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) é uma variável importante. Em 2024, o PIB brasileiro cresceu 3,4%. A geração de empregos também precisa ser avaliada. A taxa de desemprego no ano passado foi de 6,6%, a menor da série histórica do IBGE. Economia em ascensão, emprego idem, podem passar a imagem de um país competitivo. Mas não é bem assim. A produtividade do Brasil ficou estagnada no ano que terminou, com uma leve alta de 0,1%.


Esse resultado é péssimo se comparado com 2023, quando o mesmo indicador cresceu 2,3%. Esses dados constam do estudo feito pelo Observatório da Produtividade Regis Bonelli, da FGV/IBRE. Produtividade não tem relação com trabalhar muito ou pouco nem com a carga horária. Tem a ver com o quanto se produz dentro do período trabalhado. O que isso significa em termos econômicos? Que o país cresce, gera empregos, mas esses trabalhadores mantém um nível de produtividade baixa. E isso gera inflação. E a consequência todos conhecem: se há pressão inflacionária, o Banco Central se vê obrigado a aumentar a taxa de juros, o que trava o crescimento da economia e, consequentemente, a criação de novos postos de trabalhos.


Como num jogo de tabuleiros, o Brasil avança e, de repente, se vê obrigado a voltar duas ou três casas. Não podemos normalizar isso, achar que é natural. E estamos trabalhando em cima de uma métrica que, naturalmente, já nos é desfavorável. De acordo com dados da organização Conference Board, a produtividade do trabalhador brasileiro é, em média, cerca de 1/4 da produtividade de um trabalhador americano.

É contra coisas como essas que a Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo se insurge. Todos os dias acordamos e pensamos o que pode ser feito para o Brasil avançar no xadrez global internacional. E, nesse tema específico, o que podemos fazer para os trabalhadores brasileiros serem mais produtivos? No cerne dessa questão está a educação. Sempre. E foi nela que nos focamos ao apoiar a aprovação do PL do Novo Ensino Médio, relatado pelo nosso colega de Frente, deputado Mendonça Filho (União-PE).


O Novo Ensino Médio não é revolucionário apenas pelo fato de criar as trilhas, nas quais os estudantes podem escolher outras matérias além das curriculares normais para ampliar seus conhecimentos e tornar o processo de aprendizagem mais atrativo. Mas também porque dá atenção a um ponto que é considerado de menor importância no país: o ensino técnico profissionalizante. No Brasil, essa modalidade de ensino é vítima de preconceito, como algo menor na linha do “não conseguiu passar na Universidade, foi estudar em um curso técnico”.


Ledo e triste engano. Nações de ponta, como a Alemanha, por exemplo, têm essa equação até invertida, com o ensino técnico superando o percentual de matrículas dos cursos acadêmicos. Desnecessário argumentar, diante da pujança da economia alemã, que essa escolha é mais do que acertada. Aprovar o PL foi importante, mas não é o suficiente. Precisamos lutar para que ele seja implementado o mais rapidamente possível. Um ano de atraso em debates educacionais pode representar décadas ou até gerações perdidas.


Também temos consciência de que o debate de competitividade é muito mais amplo. Por isso, na próxima semana, a Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo dará posse à nova diretoria. E apresenta a Agenda Legislativa 2025, com os projetos que estarão em nosso radar ao longo do ano de 2025. Nossos pontos de atenção estarão, especialmente, na: regulamentação da reforma tributária; transformação digital e inteligência artificial; eficiência do Estado e fortalecimento das Agências Reguladoras; Segurança Pública e mercados ilegais; Nova Lei de Concessões e PPPs; Política Nacional de Economia Circular.


Ninguém disse que seria fácil. Mas em tempos de discursos exaltados, de muitos adjetivos e poucos substantivos, não há nada que demonstre mais o amor ao Brasil do que a luta para tornar nosso país realmente competitivo. Como diria o samba de Dona Ivone Lara, imortalizado na voz de tantos ícones da MPB: “Foram me chamar? Eu estou aqui, o que é que há?”

 

Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) é deputado federal e presidente da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo no biênio 2023-2024


Júlio Lopes (PP-RJ) é deputado federal e presidente da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo no biênio 2025-2026






 
 
 

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